Um dia comum, eu, me programava para minha primeira viagem, apenas a minha primeira viagem.
Fui à casa de minha mãe e pedi emprestado uma mala que era do meu pai que a minha mãe insistia em não me emprestar, pois dizia que ela guardava lembranças, lembranças de viagens que meu pai nunca tinha feito... Insisti em levar a mala, mesmo assim.
Eis então que entro no avião e não sentia nada, continuava tudo normal, não conseguia sentir nada, absolutamente, NADA...
Já ia me esquecendo, um amigo estava me levando ao aeroporto e me deu um livro que esqueci o titulo, mas o alto era: Gabriel Garcez, nunca tinha ouvido falar... Ao me entregar o livro ele disse: Quando ficar entediado, leia.
Passei 14 no avião com destino a França, assim que aterrissamos peguei o primeiro taxi para o hotel, eu não sabia, mas a CIA aérea levava a mala para o endereço do hotel, devia ser algum tipo de serviço que a CIA onde comprei a passagem fazia, quando cheguei no hotel e me dirigi ao balcão o atendente, um homem com seus 50 e poucos anos me encaminhou para meus aposentos, era um hotel simples, sem muito luxo, aliás, sem luxo algum, parecia um albergue... Ao chegar no quarto procurei minha mala e não a encontrei, me dirigi, novamente, ao balcão e perguntei:
- Senhor, onde está minha bagagem?
Ele respondeu:
- Que bagagem? essa que o senhor carrega?
Eu respondi, já irritado, é eu sou irritado por natureza:
- Claro que não, eu estou me referindo a minha mala vermelha que a empresa deveria ter entregue ao senhor...
Ele me olhou com uma cara arrogante e sorriu dizendo:
- Aqui não entregaram nada e nem avisaram nada, procure a CIA aérea.
Eu, já muito irritado e sem minha mala me dirigi ao aeroporto, chegando lá fui ao guichê da empresa que viajei e perguntei a atendente onde estava minha mala e ela respondeu:
- Todas as bagagens que vieram no seu voou já foram entregue, tem certeza que não está no hotel? Vou da uma olhada para ver se houve algum engano...
Eu, já muito puto, doido para quebrar a cara daquela mulher com sotaque irritante, me sentei e esperei ela voltar.
- Senhor, eu chequei com o pessoal de entrega e eles disseram que tudo que estava endereçado foi entregue, pode ter havido algum engano, iremos entrar em contato com as pessoas do voou, até lá o senhor pode esperar no hotel que entraremos em contato com o senhor assim que tivermos alguma resposta, preencha esse formulário descrevendo sua bagagem e o que tinha dentro dela...
Nem esperei a moça terminar de falar e disse:
- Caso não encontrem minhas coisas eu vou entrar com um processo contra vocês, eu estou em um país desconhecido sem roupa alguma...
Preenchi o papel enquanto ela tentava falar alguma coisa que eu nem prestei atenção, eu só queria ir embora dali.
Voltei para o hotel e fui dormir.
Paralelo a todo esse transtorno e voltando ao desembarque...
Uma moça loira chega a casa de seus tios depois de algumas semanas sem os ver, molhada, pois estava chovendo e enquanto ela "matava a saudade" sua tia disse:
- Sua mala chegou faz 2h, eu pensei que você viesse com eles...
- Minha mala? tudo que eu trouxe já está aqui comigo, deixe me ver.
Curiosa, foi entrando e percebeu que haviam mandado a mala pra pessoa errada, era a minha mala e que por algum motivo idiota tinha sido entregue nas mãos erradas, restava agora esperar pela boa vontade e honestidade dessa moça para devolver minhas coisas.
A empresa começou a ligar para as pessoas que tinham sido desse mesmo voou até que ligaram para a moça.
- Senhora, houve um engano na hora da entrega das malas e estamos ligando para todas as pessoas que viajaram no voou X, precisamos da ajuda da senhora, por acaso a senhora não recebeu uma mala vermelha com tamanho X por engano?
A moça então respondeu:
- Não senhora, não recebi nenhuma bagagem com essas características, mas espero que vocês encontrem logo, se precisarem de mais alguma coisa, podem entrar em contato comigo.
- Ok, senhora, desculpe incomoda-la.
- Disponha.
Ela se negou a devolver minha bagagem, o que ela queria e por que havia mentido?
Passou um dia e ela começou a mexer na mala, fuçar meus pertences, minhas camisas, calças, tênis e meu livro...
Os dias foram passando e a moça já havia voltado as suas atividades normais, ela era redatora de um jornal local. Ela todos os dias cheirava minhas roupas e já tinha começado a ler o livro, até que percebeu que estava "apaixonada" por mim e começou a imaginar como eu era, passava as horas de folga lendo meu livro e vestindo minhas roupas até que uma hora ela decidiu devolver a mala.
Dentro da mala tinha o endereço do hotel onde eu estava, mas não tinha meu nome, só o nome de meu pai numa etiqueta por dentro da mala, foi então que a moça se dirigiu ao hotel e perguntou ao balconista por meu pai, já que ela imaginava que o dono da mala era o mesmo que estava escrito na etiqueta, o atendente disse que não havia nenhum hospede com aquele nome, nos aposentos do hotel, então a moça, desiludida foi embora.
Logo em seguida a moça começou a tirar fotos com minha câmera, tirava fotos dela e de pessoas e lugares que ela frequentava, ela pensou até em publicar um texto sobre a mala vermelha.
Até que um dia, sem acreditar que eu não existia, ela, pega a mala e volta ao hotel, junto com as fotos e deixa no saguão do hotel, num lugar que todo mundo que entrasse no hotel enxergaria com facilidade, o dono do hotel e também balconista, viu a mala e lembrou do que o eu havia dito sobre a mala vermelha e quando eu cheguei, me perguntou se era aquela a minha mala e eu surpreso respondi:
- Onde encontrou a mala? quem trouxe?
Ele respondeu:
- Não sei, achei que alguém tivesse perdido, mas quando olhei direito para ela, lembrei do que o senhor havia dito sobre sua bagagem, então peguei e guardei ela comigo.
- Porra, como assim? o que será que aconteceu?
...
Agradeci ao dono do hotel e fui pro meu quarto com a mala, quando abri a mala vi algumas fotos, notei que minhas roupas estavam amassadas e meu livro não estava ali, comecei então a ver as fotos muitas delas turvas, noutras, varias pessoas e lugares diferentes, na maioria das fotos turvas tinha sempre a mesma moça, loira, branca, estatura mediana, mas não dava pra enxergar direito o rosto, mas, sempre que tinha ela nas fotos, tinha uma peça de roupa minha e notei também um sorriso no rosto dela. Vendo as fotos com mais calma comecei a perceber que pareciam pistas para eu encontra-la.
Peguei um taxi e pedi ao motorista que me levasse em alguns lugares das fotos e o motorista me levou tranquilamente, ele disse que todos aqueles lugares eram lugares fáceis e muito visitados, então comecei a analisar as outras fotos e a perguntar as pessoas se sabiam onde era os outros lugares, mais fechados, até que encontrei o lugar onde ela estava na maioria das fotos e fui até a casa. Chegando lá, bati na porta e uma senhora de uns 38 anos atendeu a porta, então eu perguntei se era ali que vivia a moça das fotos, ela, como era de se imaginar, ficou com medo e perguntou que eu era, foi então que expliquei toda minha história e ela confirmou os acontecimentos, mas, a moça tinha saido com um colega de trabalho, disse a sua tia.
Então, tive a seguinte idéia, tirei uma foto minha em um dos lugares que ela esteve e deixei na porta da casa dela, na foto dizia para ela ir até o local tal no dia tal e na hora tal.
O dia D havia chegado e eu estava ansioso para saber o que aquela moça tanto fez com minhas coisas e qual o por que de tanta obsessão, não vou negar, essa história além de ter me deixado muito curioso estava me deixando com tesão também, mas não era um tesão comum, era algo novo, algo que nunca senti, algo que não sei explicar.
Lá estava eu, sentado, nervoso, à espera da tal moça louca, quando de repente ela vem se aproximando e sorrindo para mim, como quem já me conhecia há séculos, eu, ainda nervoso, retribui o sorriso e num segundo enquanto nos aproximávamos no tempo em que chegamos bem perto, nos beijamos sem dizer uma palavra, depois do beijo, caminhamos na beira de um lago e jantamos num lugar perto dali mesmo que ela mesma indicou.
Após o jantar, bebemos um pouco mais e fomos para o hotel e lá no hotel, no quarto mais precisamente, acabamos transando e eu senti tudo que nunca havia sentido antes e logo que terminamos continuávamos a conversar quando ela falou:
- Adorei seu livro, eu te imaginava todo o momento por causa desse livro.
Foi quando eu sorri e disse:
- Não fui eu quem comprei, na verdade, nem li, quem me deu foi meu amigo, poucos minutos antes de eu viajar e me disse pra ler se eu me sentisse entediado por aqui, mas nem pude ler, você ficou com minha mala...
Foi quando um silêncio insuportável encheu o nosso quarto, ela fazia uma cara de decepção, foi então que perguntei:
- O que você está sentindo, parece ter se decepcionado comigo por eu não ter sido a pessoa que você pensava que fosse, por causa do livro...
ela, já olhando para o teto e debaixo do cobertor respondeu:
- Eu não sei o que estou sentindo agora...
Foi então que nos viramos e adormecemos, logo que amanheceu eu notei que ela estava se levantando, mas, não me acordou então preferi fingir que não vi nada.
No dia seguinte, havia chegado a hora de partir, eu, ainda sem entender muito o que estava acontecendo preferi nem ir atrás dela e foi assim que aconteceu, nunca mais nos vimos, nem tivemos mais contato...
9 comentários:
Se fudeu! Huahahaha!!!!
Por isso, meus caros brasileiros, vamos criar esse hábito de leitura. Mesmo que dentro dessa era do tempo estilhaçado, ainda é possível destoar um pouquinho dessa realidade.
eu tenho ler mais huahauhauha e ir a frança tb kkkkkkkkkkkkk
kkkkkkkk
ruim de nega atéqnd escreve!!!
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk eu nao escrevo so de mim, isso pode ter acontecido c vc :P
Vi esse filme hoje. :D
o filme acaba diferente :P
ahuahuhauhauhauau
So, guys....read.
eu leio o que da tempo e o que eu gosto, mas, eu analiso antes de ler, mais do que a capa :D
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